MINHOCA DE METAL
O COTIDIANO DO TRABALHADOR DO SUBÚRBIO FLUMINENSE
2016
Retratar em imagens o dia a dia difícil e muitas vezes sofrido do trabalhador que usa o trem como meio de transporte principal em seus deslocamentos faz parte da ideia central do projeto.
Captar a essência dos sentimentos que permeiam a espera e o desconforto da trajetória entre a casa e o trabalho, muitas vezes não só como o único meio de transporte, mas como parte de um sistema é o que motiva essa escolha.
Jovens começando sua carreira, homens e mulheres de meia idade já "calejados" dos anos de idas e vindas na "minhoca de metal" buscando muitas vezes apenas cumprir o "tempo de serviço" para finalmente se despedir do temeroso e complexo sistema de transporte caótico fluminense. Idosos que batalham por lugares com pessoas que muitas vezes nem percebem sua presença. Dentro desse panorama hostil está o mais singelo e esquadrinhado sorriso, o mais despretensioso olhar que busca a cumplicidade e um afago silencioso de um estranho na estação.
Buscar esse olhar, essa expressão é o foco da proposta. A massa diária que circula pelas 102 estações da ferrovia mais tradicional do Brasil e transpira seus anseios, emoções e expectativas. Alheios ou não ao descaso dos governantes que entram e saem e não promovem melhorias na condição do direito fundamental do cidadão: o de ir e vir.
Embrenhar-se pelas inúmeras estações antes mesmo do sol aparecer para buscar as primeiras expressões. Passar despercebido na hora do rush para captar a volta para casa depois de muitas horas de trabalho. Essas são as algumas das muitas possibilidades que o projeto vem proporcionar. As estações esvaziadas no período entre as horas de pico. Trabalhadores que fiscalizam e observam os outros trabalhadores na ida e volta da "batalha".
Um universo de possibilidades, uma profusão de expressões e sentimentos. Esse é o espírito do projeto.